JB Xavier

Uma viagem ao mundo mágico das artes!  A journey into the magical world of  the arts!

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LÁ,COMO CÁ.

JB Xavier

Procuro respeitar os nacionalistas extremados que estão sempre a criticar aqueles com quem deveríamos aprender, mas não me contenho com os exageros.
A crítica aos americanos é uma delas. O reducionismo que essas críticas apresentam, é apenas um dos muitos estereótipos que nós, países subdesenvolvidos costumamos ampliar, de maneira jocosa, para desvalorizar os países que fazem bem a lição de casa.

Até parece que sou fã incondicional dos americanos. Sou fã, sim, mas não incondicional. Como todos os agrupamentos humanos, eles têm lá suas mazelas, mas num plano que nos escapa, por estarmos sempre atrazados em relação a eles.

E, principalmente, se abominamos tanto o "American Way of Life", por que perseguimos tanto o mesmo status? E por que visamos tanto os EUA quando há países ainda mais adiantados, do ponto de vista da cidadania, como Suécia, Suíça, Holanda, Alemanha, etc?

O que pode um país como o nosso, cuja indústria automobilística foi importada deles em 1953, quando lá, em 1924, já havia 8 milhões de automóveis rodando em suas ruas?

Lá, eles inventaram o conceito de “auto-estrada” para poderem vender carros.

Cá, a bem da verdade, ainda nem conhecemos esse conceito!

Lá eles se lançam às suas empresas, e as fazem bem feitas.

Cá, nós "ajeitamos" até o limite do possível.

Lá há vendavais, furacões, terremotos e um período gelado do ano que compromete a agricultura.

Cá, há sol o ano inteiro. Nada de terremotos, nevascas, furacões e congêneres.

Lá, como cá, há políticos e empresários corruptos, mas os de lá vão para a cadeia,se descobertos.

Cá, quando muito, eles cumprem pena em liberdade. As exceções são tão poucas que nem merecem ser citadas.

Lá também há uma demanda enorme de ações judiciais, mas não há esperas de décadas para uma decisão sobre as mesmas.

Lá os ex-presidentes vão para casa - literalmente - e ficam quietinhos, sem atrapalhar os que os sucederam.

Cá, eles continuam mamando nas tetas do Estado, ocupando cargos públicos até que a morte os separe.

Lá, como cá, há injustiças sociais, mas não há o fosso abissal que existe entre os ganhos de ricos e pobres.

Lá eles adotaram integralmente o capitalismo como regime, e extraem dele tudo - de bom e de ruim.

Cá, não conseguimos sequer decidir se queremos o capitalismo ou o socialismo, e uma vez mais tentamos "ajeitar" as coisas, inventando um sócio-capitalismo que por ser um produto híbrido, não dá frutos, e - ainda mais grave - tendemos a ficar com o que os dois sistemas têm de pior, ou seja, a concentração de renda de um e a demagogia do outro.

Lá, pagar impostos é algo sagrado, e retornar os impostos ao povo em forma de benefícios é compromisso.

Cá, gastamos boa parte de nosso tempo inventando formas e fórmulas de burlar o fisco. Mas reclamamos da falta de bons hospitais e um sistema de ensino público eficaz.

Lá eles têm a bandeira nacional hasteada um todo escritório ou praça pública. Usam-na como roupa, como artigo de decoração e não são menos patriotas por causa disso.

Cá, somos proibidos por lei de usar a bandeira nacional. Vêmo-la raramente - e rapidamente - em algum evento cívico, e não somos mais patriotas por causa disso!

Lá, dirão alguns que não gostam de História, eles e seus aliados, invadem países num flagrande desrespeito à autonomia das nações mais fracas.

Cá - que jamais nos esqueçamos disso – Unimo-nos à Argentina e ao Uruguai, na Tríplice Aliança, e destruímos o Paraguai, que era o país mais adiantado da América do Sul à época, num genocídio sem precedentes na história moderna do continente. Desta guerra, que fez alguns dos heróis que hoje cultuamos, o Paraguai jamais se recuperou e hoje é um dos maiores problemas de fronteira para os três aliados.

Lá, em 1962, John Kennedy, o mais jovem Presidente americano até então, disse em um discurso: "Não pergunte o que o seu país pode fazer por você. Pergunte o que você pode fazer pelo seu país!"

Cá, em 1964, mergulhávamos o pais num dos períodos mais negros de nossa história!

Então, que me perdoem os nacionalistas extremados, mas deveríamos fazer para nós próprios a pergunta de John Kennedy, esquecer os defeitos deles e aprender com seus acertos.

É pedir muito?

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JB Xavier
Enviado por JB Xavier em 16/07/2005
Alterado em 16/01/2011


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