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Adquira o livro de contos "Caminhos" de JB Xavier, clicando no link abaixo. Purchase JB Xavier's short stories book "Paths". Clik HERE. ____________________________ ACADEMICISMO E ESTÉTICA NA ARTE JB XAVIEREm arte, volta e meia nos vemos diante das eternas dúvidas: Academicismo e estética: Qual delas influencia qual? Uma necessita da outra? Ambas são necessárias ou dispensáveis à Arte? Academicismo, termo que, na arte, se refere à pintura, escultura, literatura, ou qualquer outra manifestação criada segundo normas tradicionais de uma academia. Em geral, as academias são instituições que conferem caráter oficial aos princípios estilísticos de um determinado período. O termo academicismo, ou arte acadêmica, designa as obras que seguem padrões estéticos Já Estética é o ramo da filosofia relacionado com a essência e a percepção do belo e do feio, segundo padrões academicistas. Sua finalidade é mostrar se os objetos são percebidos de modo particular (o modo estético) ou se têm, em si, qualidades específicas (estéticas). Também verifica se existem diferenças entre o belo e o sublime. O termo foi introduzido em 1753, pelo filósofo alemão Alexander Gottlieb Baumgarten, embora as primeiras teorias de certo alcance sejam as de Platão e de Aristóteles. Ambos falaram da arte como imitação da realidade e consideraram a estética inseparável da ética e da política. O impulso do pensamento estético moderno se deu na Alemanha, durante o século XVIII, em que se destaca o filósofo Johann Gottlieb Fichte, que considerava a beleza uma virtude moral e a arte, individual ou social, a satisfação de um importante propósito humano. Immanuel Kant sugeriu, igualmente, que os objetos podem ser julgados belos quando satisfazem a um desejo desinteressado. Acrescentou que os fundamentos da resposta do indivíduo à beleza existem em sua estrutura de pensamento. Em fins do século XIX, outros filósofos alemães que trataram do assunto foram George Wilhelm Friedrich Hegel, Arthur Schopenhauer e Friedrich Nietzsche, que, rompendo a linha de evolução, afirmava que a arte é a realização plena da vida, podendo qualquer experiência gerar algo belo. UMA DÚVIDA QUE NÃO É NOVA No século XIX, os conceitos vanguardistas começaram a questionar os enfoques tradicionais da estética, segundo os quais a arte é imitação da natureza e as obras de arte são tão úteis quanto belas. Os pós-impressionistas demonstraram maior interesse pela estrutura pictórica e em expressar a própria psiquê do que em representar objetos do mundo da natureza. Este interesse estrutural tornou-se mais desenvolvido no início do século XX pelos pintores cubistas, como Pablo Picasso. Relacionado a tais enfoques, adquiriu importância o princípio da "arte pela arte", derivado da visão de Kant. A frase, utilizada pela primeira vez pelo filósofo francês Victor Cousin, em 1818, tornou-se o lema do esteticismo. PRINCIPAIS INFLUÊNCIAS CONTEMPORÂNEAS filósofos do fim do século XIX e princípio do XX foram seus principais teóricos: Henri Bergson, Benedetto Croce, George Santayana e John Dewey. Além disso, tanto o marxismo quanto a psicanálise reiteraram a dimensão prática da arte. O primeiro afirma que só é importante a arte "progressista", ou seja, que defende os valores da sociedade em que se crê. Por sua vez, Sigmund Freud acreditava no valor da arte para uso terapêutico: na pintura e na poesia surrealista, o subconsciente é utilizado como fonte de criação. Jean Paul Sartre defendia, igualmente, uma modalidade de existencialismo na qual a arte fosse uma expressão da liberdade de escolha do indivíduo, demonstrando, assim, a responsabilidade individual de sua opção. OS MESTRES Picasso e Salvador Dali, ambos pintores surrealistas, tinham sólida formação acadêmica convencional, e só deram início ao movimento surrealista, quando a pintura foi ultrapassada pela máquina fotográfica na missão de fixar imagens. Goya pintou o drama humano de seu tempo de maneira não convencional, mas tinha sólida formação acadêmica convencional. MIguel Ângelo, ao fim da vida não esculpia mais os rostos de suas estátuas, deixando em seu lugar a pedra informe, porque dizia que não conseguia exprimir através do cinzel a beleza que tinha em mente. Cada um que imaginasse seu próprio conceito de beleza na pedra sem forma. Miguel Ângelo foi um dos mais aplicados alunos de Ghirlandaio, o maior mestre da arte da pintura do seu tempo. Tinha forte formação acadêmica. Guilherme de Almeida, um parnasiano por excelência, criou versos com métrica e rima alterados, ao fim de sua vida, mas antes assentou suas mudanças numa impressionante formação acadêmica convencional. Foi, ao lado de Mário Quintana, um dos maiores tradutores de Proust para a língua portuguesa. Ferreira Gullar desaguou no concretismo depois de ter passado pelo cordel. Poeta e crítico de arte brasileiro, tem toda sua obra composta por "viradas de mesa", ora procurando um centro mais verdadeiro da poesia, ora querendo sair de alguma linha estilística. Em 1954, lançou Luta corporal, um dos mais representativos livros da poesia brasileira.Depois retornou ás raízes. O que todos eles têm em comum? Sólida formação acadêmica e sólida cultura. Eles inventaram, mas depois de saber fazer bem o bê-a bá. Fico imaginando outro J.B. – este famoso - J.B. Debret - voltando ao rei de Portugal com as pinturas de Picasso dizendo: Majestade, isto é o Brasil! Já a música por mais moderna que seja, sempre poderá ser medida por um metrônomo. Não importa sua tendência, ela sempre será composta de compassos e ritmo. Ess parte da questão estética, portranto, na música, está resolvida. A rima, por seu turno, é um componente estético que causa bem estar em alguns Nada mais. (Oportunamente publicaremos um artigo sobre o surgimento da rima). Até mesmo Drumond tomou o cuidado de deixar claro que sabia fazer poesia convencional academicista. Uma vez isso claro, ele estava livre para fazer o que bem entendesse. O contrário é que é discutível, a prática de "poesia moderna" por falta de conhecimentos academicistas para fazer poesia acadêmica, muito mais rigorosa em seus princípios estéticos. Neste caso estamos diante apenas de mais um poeta que passará como nuvem, sem deixar rastro. Finalmente – e é bom prestarmos atenção neste detalhe - se Drumond ou Pessoa, Espanca ou Neruda cometem "deslizes" em seus poemas, geralmente isso é proposital e chama-se "Licença Poética". Se eu ou você cometermos esses deslizes, geralmente não será proposital porque não temos formação acadêmica suficiente para estarmos conscientes deles, e eles serão considerados então apenas incompetências, e nós, maus escritores. Apesar disso tudo, em arte, o conceito de estética é puramente subjetivo. Assim, cada um faz o que desejar, e, se for aplaudido, formará uma escola, como Gullar, caso contrário será esquecido, como a maioria dos que se crêem poetas, como o autor deste ensaio, provavelmente. * * * J.B.Xavier ACADEMICISM AND ESTHETIC IN ART JB XAVIER
In art, time and again we see before us the eternal questions: Academicism and aesthetics: Which influences which? One needs the other? Both are necessary or unnecessary to Art?
Academicism, a term that, in art, refers to painting, sculpture, literature, or any other manifestation created under traditional standards of an academy. In general, the academies are institutions that grant official status to the principles of a particular stylistic period. The term “academicism” or “academic art”, refers to works that follow the aesthetic standards
In other hand, Aesthetics is the branch of philosophy related to the essence and perception of the beautiful and the ugly, according to academic standards. Its purpose is to show that objects are perceived in a particular way (the aesthetic mode) or whether it have , themselves, specific qualities (aesthetic). It also checks whether there are differences between the beautiful and the sublime. The term was introduced in 1753 by German philosopher Alexander Gottlieb Baumgarten, although the former theories are the true scope of Plato and Aristotle. Both spoke of art as imitation of reality and considered aesthetics inseparable from the ethics and of politics.
The impulse of modern aesthetic thought had happened in Germany during the eighteenth century, which highlights the philosopher Johann Gottlieb Fichte, who considered the beauty as a moral virtue, and Art, as a individual or social virtue, which serves for the satisfaction of an important human purpose. Immanuel Kant suggested also that objects can be judged as “beauty” when they satisfy a disinterested desire. He added that the fundaments of individual response to beauty exists in the structure of human thought. In the late nineteenth century, other German philosophers concerning it were George Wilhelm Friedrich Hegel, Arthur Schopenhauer and Friedrich Nietzsche, who, breaking the line of evolution, said that art is the fulfillment of life, and so, any experience can create something beautiful.
A DOUBT THAT IS NOT NEW
In the nineteenth century, the avant-garde concepts began to question traditional approaches to aesthetics, according to which art is imitation of nature and works of art are as useful as beautiful. The post-impressionists showed greater interest in the pictorial structure and express their own psyche than to represent objects in the world of nature. This structural concern has become more developed in the early twentieth century Cubist painters such as Pablo Picasso. Related to these approaches, it has gained importance the principle of "art for art", derived from the Kant’s vision. The phrase, first used by French philosopher Victor Cousin in 1818, became the motto of aestheticism.
MAJOR INFLUENCES ON CONTEMPORARY
philosophers of the late nineteenth and early twentieth centuries were the main theorists: Henri Bergson, Benedetto Croce, John Dewey and George Santayana. In addition, both Marxism and psychoanalysis reiterated the practical dimension of art. The first claims that only the "progressive art" is important, defending the values of society which we realy believe. In turn, Sigmund Freud believed in the value of art for therapeutic use: paint and surrealist poetry, the subconscious is a source of creation. Jean Paul Sartre argued, also, a form of existentialism in which, art was an expression of freedom to choice of the individual, thereby demonstrating individual responsibility for their option.
THE MASTERS
Picasso and Salvador Dali, surrealist painters both, had solid academic conventional knowledge, and only started the surrealist movement, when the painting was superseded by the camera on a mission to fix images. Goya painted the human drama of his time in an unconventional manner, but had solid academic knowledge too.
Michelangelo, at the end of his life does not sculpted the faces of his statues, leaving in its place the deformed stone, because he said he could not express through the chisel the beauty he had in mind. Every one that imagined t his own concept of beauty in shapeless stone. Michelangelo was one of the best students applied to Ghirlandaio - the greatest master of painting art of his time. He also had a strong academic background.
Guilherme de Almeida, a great Parnassian Brazilian poet, known in Brazil as “Prince of Poets”, has created poems with meter and rhyme changed at the end of his life, but before that, he absorbed an impressive academic background. He was next to Mario Quintana, a leading translator of Proust into Portuguese.
Ferreira Gullar, perhaps the most famous Brazilian contemporary poet, let flows the concretism style only after having passed through the “cordel Style” – a popular genre of poetry from the northeast of Brazil. Poet and critic of art, he has all his work consisting of revolutions, or looking for the truth of the poetry, or wanting to abandon any style. In 1954, he launched “Luta Corporal”, one of the most representative books of Brazilian poetry. After that, he returned to his roots.
What they all have got in common? They’ve got solid academic background and solid culture. They invented new styles, but not before to know basic knowledge. Sometimes I think about what happened if another JB – this one famous - JB Debret - returning to the king of Portugal with paintings by Picasso saying, “Your Majesty, this is Brazil! “
The music, for example, no matter how modern it is, can’t be defined like above, because it always be measured by a metronome. Whatever be its tendency, the music always will be composed of beats and rhythm. The rhyme, in turn, is an aesthetic component that causes some welfare. Nothing more. (In due course we will publish an article about the emergence of the rhyme). Drummond, who is considered the greatest Brazilian poet, even took care to made it clear he did not know conventionalacademicist poetry. Once it clear, he was free to do whatever it wanted. The opposite is questionable: the practice of "modern poetry" for lack of academic, much more rigorous in its aesthetic principles. In this case there are more than just a poet who will pass like a cloud, without let a trace of his existence.
Finally - and it is good to keep attention for this detail - if Drummond, Pessoa, Neruda, or Espanca commit errors in his poems, generally it is deliberate and it would be called "Poetic License." If you or I commit these slips, will generally not be deliberate because we do not have sufficient academic training to be aware of them, and then they will be considered , only malpractice, and we, poor writers.
Despite all, in art, the concept of aesthetics are purely subjective. Thus, each one does what they want, and if applauded, will form a school, as Gullar, otherwise be forgotten, as most who believed poets, as the author of this essay, probably.
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JB Xavier
Enviado por JB Xavier em 16/07/2008
Alterado em 29/01/2011
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