CANTO AO AMOR
J.B.Xavier

Sinto-te! Ó Deus, quanto te sinto!
Nas quentes manhãs e na gélida madrugada,
E no andar assim, de amor faminto,
No deambular pela vida, chorando minto
Que a alegria faz de mim sua morada...

Tenho-te ao meu lado, como eterna presença!
Sinto tua mão em minha mão, e antes
Que eu possa acordar, essa eterna sentença
Que me desmente enquanto é minha crença
Me atira na eternidade desses instantes...

Toco-te, subjugado a este sagrado toque!
Inebrio-me em teu perfume, doce fragrância,
Essência que és, inda que o tempo te desfoque.
E ainda que diluída, tua imagem sem retoque
É tudo o que me resta para acalmar essa ânsia...

E assim, todo o universo se resume em ti, e por ti canta!
E porque te amar tornou-se minha sina,
É por ti que a própria aurora se levanta,
É por ti que o próprio dia se agiganta,
Submissos, como eu ao teu sorriso de menina...

* * *