JB Xavier

Uma viagem ao mundo mágico das artes!  A journey into the magical world of  the arts!

Textos

FOI ASSIM
FOI ASSIM
J.B.Xavier

Como um grande navio ferido, lentamente ele adernou, e docilmente se deixou deslizar para o fim. Consigo, levou muitas esperanças, também lembranças e sonhos radiantes...levou muitos instantes de alegria plena, de pura alegria juvenil. Mas houve tempos em que esse amor floresceu sob tuas sinceras promessas, e tempo em que cresceu sob teus sublimes cuidados. Feliz, naveguei com ele pelos sete mares da imaginação e fui a todos os teus lugares, explorando tua alma inteira. Andei pelas areias brilhantes de tuas praias apenas vislumbradas, estive sobre a relva de teus anseios, e lá, exausto da caminhada, repousei sobre teus seios...singramos tantos oceanos, e através dos anos que se foram conhecemos quase toda a geografia do país do amor...sonhamos sonhos adolescentes, incautos e frementes, impossíveis e eloqüentes...sonhamos amores eternos, visitamos os infernos em busca de um Dante improvável... viajamos pelas aspirações, e nossos corações ecoavam as batidas de nossas têmporas...Insaciáveis, exaurimos nosso embornal, e aos poucos fomos esquecendo de olhar para o céu, de contar estrelas, de refletir nos olhos o infinito do universo...nuvens negras no horizonte preconizavam tempestades nunca imaginadas...e o bramido do mar de nossas dúvidas lambiam nossas almas sem que lhe ofertássemos atenção. Ao largo, deixamos nosso timão livre á mercê da tempestade, acreditando que a rota traçada nos levaria á segurança de um porto acolhedor...mas não há acolhimento sem amor...lentamente, tão lentamente que não vimos acontecer, fomos deixados à deriva, como folhas secas na torrente repentina...e como folhas secas, nossas almas murcharam, penderam e caíram dos galhos da esperança...esperamos em vão a bonança que não veio...e assim, fomos sendo tragados pela tempestade...navegando num mar de recifes pontiagudos, estilhaçando os sonhos de outrora, vivendo no passado ou no futuro, mas nunca no “agora” . Nem sabemos no que nosso navio bateu...provavelmente em algum rochedo evidente, invisível apenas aos pilotos distraídos... e lentamente ele adernou e docilmente se deixou deslizar para o fim...Foi assim...

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JB Xavier
Enviado por JB Xavier em 24/07/2005
Alterado em 24/07/2005


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