DROGA PESADA
DROGA PESADA
JB Xavier
Injetas-te em minhas veias
Percorrendo meus sentidos,
Deslumbrando meus inconscientes,
Redescobrindo fórmulas de amar
E como droga pesada,
Dominas-me os pensamentos,
Fazendo-me completamente,
Inteiramente
totalmente
Dependente de ti...
Possuis todas as linhas de minha razão,
Possuis-me todo, e incontestavelmente,
Possuis meus anseios, minhas alegrias
E meu coração...
E eu me entrego a essa agonia,
A essa letargia da espera,
Embriagado no êxtase em que me atiras,
Quando, enfim, rendido,
Sigo teus sorrisos e promessas,
Pelos caminhos coloridos,
Onde não há pressas, planos ou cobranças...
Volto a ser criança, quando me entrego
A essa voragem louca
De descobrir que a eternidade é pouca
Para mitigar essa sede alucinante
De te amar,
Para debelar essa necessidade vital,
Essa avidez que me domina, essa insanidade
Que me alucina e que já é saudade
Antes mesmo de teres partido!
Prostro-me, corrompido,
Enquanto com teu toque de deusa,
percorres meu corpo como um entorpecente...
Perco todos os meus centros, já demente,
Já doente desse amor ensandecido,
E visito um futuro ainda não lembrado,
E um passado já esquecido,
Nessa alucinógena viagem esfuziante
Nesse instante em que me escapa a consciência,
Em que apenas a dormência
De saber-te em mim
Me mantém neste universo de estranhas sensações...
E assim quero ficar,
E para sempre flutuar sob o efeito de teus beijos
Que percorrem meu corpo, me queimando a alma.
Assim quero ficar, nesse universo enfeitiçado,
Nessa euforia em que me viciei,
E reter essa loucura em que me transformaste,
Esse louco indefinir de pensamentos,
Esse pouco sentido jardim, onde a flor
Dos teus amores, é minha alegria e minha dor...
E com as artérias latejando, com o coração em chamas,
Com pensamentos pervertidos, com a urgência dos incautos,
Te recebo em meu sangue, mais uma vez...
E percorres-me o ser, essa pobre alma atormentada,
Prostrando-me de amor, como droga pesada...
JB Xavier
Enviado por JB Xavier em 01/07/2024