FIM DE TARDE
JB Xavier
Tu lias à luz que escoava suave
Por entre as cortinas, num doce matiz.
Tuas mãos eram como o adejar de uma ave,
Teu peito exalava um suspiro feliz...
O sol percorreu da janela o enclave,
E riscou o assoalho em gentil cicatriz;
Passeando risonho por teu olhar grave
Pousou em teu colo qual doce aprendiz...
As flores ao longe exalavam aromas,
O vendo beijava, faceiro, a cortina,
O mundo ao redor vinha te agradecer...
Cantavam os pássaros teus idiomas
Enquanto sorrias qual doce menina
À tarde que então principiava a morrer...
